probabilidades

Talvez a minha motivação venha do mistério. O fato de não saber o que me espera e o que pode acontecer, é decisivo. Isso não quer dizer que estou livre do medo ou da preocupação, isso quer dizer que esses dois elementos são menores do que a minha curiosidade. Preciso de respostas e preciso procurar por elas. Cansei de usar a minha imaginação, quero algo concreto. Quero me basear em fatos reais, não na minha fértil imaginação. A probabilidade de tudo dar certo é de 50%, a probabilidade de tudo dar errado é de 40% e a probabilidade de desistência no meio do caminho é de 10% (e isso é tudo o que eu sei sobre matemática). Eu sei o que eu quero, mas preciso lembrar que o meu querer nem sempre é o certo. Dizem que a verdade dói, mas quem diz isso é porque nunca sentiu a dor da ilusão. Enfim, eu só precisava ter algo escrito, pra quando eu voltar, continuar.

CDM 

anseios e devaneios

Você já desejou tanto uma coisa que só de pensar na realização dela até o seu rim sorria? Você já sonhou tanto com algo que parecia ser real mesmo que seus olhos estivessem fechados? 

Eu já estive assim, sorrindo e comemorando, isto é, antes de tudo acontecer. Uma alegria invadia o meu corpo só de lembrar que a cada pôr do sol, meu sonho estava mais perto de se tornar real.

Planejei, replanejei e voltei ao plano original.

Foi quando as coisas começaram a escurecer; Os postes das ruas da imaginação foram se apagando um por um. Tornando aquele caminho que antes era florido num breu.  

Cada luz que se apagava trazia uma dor profunda na minha alma. Restavam umas três ou quatro, mas que mais do que de repente se apagaram. Me deixando no meio do caminho, me deixando se ação, sem forças ou vontade. Fiquei perdida, chorosa e quase tive um colapso. 

Foi quando, me apareceu uma luz. Ela não vinha do poste ou de uma casa, ela era viva, respirava e tinha um ótimo aroma. Se achegou pra mais perto, me esquentou, ofereceu um sorriso que mostrava que tudo ia ficar bem. Eu acreditei, não sei porque, mas acreditei e senti que aquela era a melhor coisa a se fazer, e foi.

CDM

incógnita

Escreverei um livro, sim eu escreverei. Começarei com uma história qualquer, pode ser um romance ou quem sabe uma tragédia aleatória, apesar de achar que ambos significam a mesma coisa...

Escreverei um livro, não vou contar sobre a minha vida e nem da vida das pessoas que passaram pela minha. Acho que vou misturar a vida de alguém com a vida dos personagens, bobagem, são todos personagens, somos todos personagens.

Escreverei um livro, falando sobre receitas e teorias de uma vida que já existiu. Sei que ninguém segue receita, mas é sempre bom ter algumas sugestões. nem que seja pra dizer : - quem tem ou teria coragem de fazer isso ou aquilo?

Escreverei um livro, não para guardar minhas memórias e meus casos amorosos. Minhas memórias já estão mais que bem guardadas e é melhor que não sejam lidas por alguém que não seja eu mesma, e meus casos amorosos, bom, vou considerá- los como memórias, e memórias, eu já disse. Coisas intensas, coisas rasas, coisas importantes.

Escreverei um livro, pra olhar pra trás e me lembrar de deixar sempre algo bom pra ser lembrada, não esquecer de um presente tão presente que será futuro.

Escreverei um livro. Colocarei nele dedicatórias e declarações inéditas, falarei sem vergonha ou medo. Na capa usarei meu próprio nome e mostrarei minha nova, velha e mesmo assim nunca vista face.

Escreverei um livro, sim eu irei escrever um livro, sem páginas em brancos ou intervalos. Será um volume único, será um único volume, com nexo ou sem costume.

CDM

recapitulação

Às vezes, por pensar que não não tem ninguém olhando ou lendo, sinto uma liberdade inexplicável. Falo com mais liberdade e com mais vontade, posso colocar a máscara em cima da cama e usar minha fantasia natural. Confesso meus desejos e reconheço minhas vontades. Sei, tudo isso é uma falsa liberdade, sempre existiram olhos curiosos por trás de véus que eu não posso ver. 

CDM